Isto foi escrito à RTP2 depois de ter visto uma encenação adulterada do conto de Oscar Wilde "O gigante egoísta", em que toda e qualquer referência a marcas cristãs da história foi removida, não sei por que motivo...nem sequer o Amor era referido. Aqui está:
"No dia 29 de Dezembro de 2009 estava a fazer "zapping" pelos 4 canais que tenho (pois é, sou um resistente à TVCabo) e percebi, depois de passar 3 vezes pela RTP2, que a senhora que estava a fazer uns gestos estranhos num fundo branco com flores estava a representar um conto de Oscar Wilde, "O gigante egoísta".
A princípio fiquei admirado, depois contente, por a RTP2 mostrar aos seus telespectadores, ainda que provavelmente fossem só crianças, um conto daquele autor, ainda por cima um dos contos dele que eu considero mais objectivamente Natalício, e em que o drama da história tem um "mais" em si, uma mensagem triste mas ao mesmo tempo positiva, e não só por ter referências cristãs.
Mas...que é feito destas? Acabei por não ver nada disto, apesar de a senhora que estava a representar o conto bem se esforçar por dar metade da intensidade da história original à encenação. O que se passou, então: "(...) adaptado de (...) por (...)". Ah, está explicado...
Por muito que me custe escrever-vos, pois para mim a RTP2 é o melhor canal (TVCabo incluído!), e até hoje poucas ou nenhumas vezes me desiludiram, este pequeno episódio demonstra como o "politicamente correcto" excessivo já chegou aí. Ninguém percebe (quando digo ninguém, digo ninguém que REALMENTE tenha controlo em alguma coisa nesta teia de interesses que é a sociedade) que retirar o contexto cristão da nossa cultura (sim, eu sei, Oscar Wilde é inglês...) é retirar A CULTURA! Não sei como começou esta nova moda de "não se pode ofender", só me recordo daquela decisão que contribuiu "tanto" para a sociedade deste país, cultural e espiritualmente, quando se tiraram os crucifixos das escolas... Não há nada ERRADO neste acto, mas a razão disto é mesquinha e cobarde - é considerar a religião (cristã) "perigosa" ou redutora da razão, é pensar que se pode submeter as crianças deste país a toneladas de informação desnecessária e consumista com anúncios mas não se pode mostrar um crucifixo, que pode ofender e "mudar mentalidades", é pensar que há algo de "ultrapassado" na religião...
Por isto tudo, fico desiludido por até a RTP2, que tem programas que dão tempo de antena a diferentes comunidades religiosas, e os outros canais não, começar a separar a religião e a cultura. Podem não concordar comigo neste aspecto, porque eu penso que as duas são indissociáveis, mas entre (p.e.) a perseguição aos jesuítas no início deste século e a separação entre a vida quotidiana e a religião que está a acontecer AGORA (que se está a dar não num nível físico -ou seja, ninguém está a matar padres- mas sim num nível mental; veja-se por exemplo "A Bússola Dourada", de Philip Pullman, ou ainda, se se quiser remontar às origens desta separação a nível racional, basta olhar para o "penso, logo existo" que propõe uma independência do Homem, na minha opinião, um pouco lunática, graças a Descartes, que na SUA opinião, estava a FAZER ALGO DE BOM! - até a nós próprios nos enganamos), não vejo muita diferença de objectivo, ainda que agora tudo se faça com mais "respeito" pelo outro, mais "politicamente correctamente".
Enfim, peço desculpa pela extensão e pela atitude desta mensagem, mas só vos escrevi porque a RTP2 é um canal diferente, cujo "staff" é mais consciente do que os dos outros canais. E parabéns à actriz que adaptou o conto de Oscar Wilde, ainda que motivos interiores ou exteriores a tenham feito castrar a história de tal forma.
Obrigado, votos de um bom ano novo"
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